segunda-feira, 19 de outubro de 2015





CAPITALISMO E GLOBALIZAÇÃO
Na virada do século XX e XXI, por meio da televisão e da internet, temos acesso a noticias e informações transmitidas em tempo real. Podemos saber mais rapidamente sobre o que se passa com nossos contemporâneos em varias partes do mundo do que em qualquer outra época histórica e podemos enfim nos deslocar  de um pais a outro com maior facilidade. Enfim, as empresas, os indivíduos, os movimentos sociais e os governos nacionais e locais, estão atualmente conectados a uma extensa rede de informações, trazendo grandes impactos econômicos , culturais e políticos profundos a toda sociedade.
Plano econômico
Os produtos que consumimos são cada vez mais produzidos em outros países, sendo que alguns produtos brasileiros também são encontrados em várias partes do mundo. 
Há empresas que produzem bens de consumo, maquinas e componentes em outros países que não o seu de origem. A empresa NOKIA (finlandesa) produz telefones celulares em várias partes do mundo, da mesma forma a INTEL (norte-americana) produz chips de computador e possui uma de suas principais empresas na Costa Rica. Já a NIKE fabrica  boa parte de seus tênis e material  esportivos  na Indonésia, a cidade de Bangcoc capital da Tailândia, transforma-se num espaço de produção de automóveis japoneses, alojando fábricas da Toyota, Honda, Mitsubishi e Isuzu.
Com isso, podemos dizer que, essa é uma característica assumida pela Globalização. Jornais, revistas, livros, rádios e televisão, são todos os meios de comunicação, incluindo a internet , propagam permanentemente a ideia de  que vivemos em um mundo globalizado.
Lembrando de que o termo “globalização”( tradução em inglês Globalization) disseminou-se ao longo da década de 1980, nos meios acadêmicos e empresariais. Mas, como tema de análise e reflexão entre economistas, sociólogos, historiadores, geógrafos e outros estudantes de várias áreas do conhecimento, o fenômeno da globalização é um conceito complexo e ambíguo, objeto até mesmo de divergências entre especialistas.
De qualquer forma, há um consenso de que o processo de globalização, constituiu a expansão e a hegemonia do capitalismo em escala planetária, e só começa a tomar vulto a partir do século XX, quando a expansão do capitalismo, ingressou em uma nova fase marcada por progressos técnicos e científicos, uma verdadeira revolução tecnológica, conhecida como Terceira Revolução Tecnologia, impulsionada pelos países ricos e desenvolvidos (EUA, Canadá, Alemanha, Inglaterra, França e Japão), atingiu as mais variadas áreas do conhecimento, especialmente, as chamadas tecnologias da informação.
Aliada à expansão dos fluxos comerciais com o desenvolvimento dos meios de transportes cada vez mais eficientes, essa situação criou condições para o avanço da globalização. Esse processo pode ser caracterizado, portanto, pela integração de mercadorias, informações e pessoas entre as diferentes regiões do planeta.
Essa globalização que se estende em múltiplas dimensões, como o socioeconômica, a politica, e a cultural, já havia sido anunciada, na década de 1960, pelo canadense Marshall Mcluhan (1911-1980), um dos mais respeitados estudiosos dos meios de comunicação de massa, e defensor  da ideia de que, sob a “era da informação”, o mundo se tornaria uma ‘’ALDEIA GLOBAL’’.
Embora muito difundida, essa expressão, “aldeia global” passou a ser criticada por outros teóricos da globalização, para os quais o mundo estaria longe de se tornar uma “aldeia global” de fato.
O termo “global”, por sua vez, não leva em consideração que uma imensa parcela da população mundial, principalmente regiões mais pobres do globo, encontra-se excluídas dos benefícios tecnológicos trazidos pela globalização.
O tempo se “ acelera” , as distâncias se “contraem”.
Há mais de quatro décadas o escritor estadunidense Alvin Toffler, destacou que o tempo parecia passar cada vez mais depressa, escrevendo em seu livro O Choque do futuro (publicado em 1970), segundo ele na correria do dia a dia, as pessoas de fato ficam com a impressão de que o tempo parece “voar”. Essa impressão se deve ao fato de que a nossa vida é afetada por mudanças cada vez mais rápidas.  Mas o que tem provocado essa mudança? A resposta é simples: a tecnologia, segundo Toffler é o grande motor das mudanças.
Os avanços tecnológicos provocaram uma verdadeira revolução nos meios de transporte (rápidos e eficientes) e de comunicações, encurtando os deslocamentos entre um lugar e outro no espaço terrestre, levando todos os dias um volume colossal de informações, como mensagens, fluxos de capitais e etc,  que circula ao redor do mundo.
Na concepção do geógrafo inglês David Harvey, esses avanços tecnológicos que revolucionaram o transporte e as comunicações provocaram uma verdadeira compressão-tempo, um “encolhimento”
do mundo.

A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA
 A expansão e a hegemonia do capitalismo em escala planetária, apoiados nos avanços dos meios de transporte e de comunicações gerados com a Revolução Técnico-Científica, criaram as condições indispensáveis para a consolidação de uma economia (capitalista) globalizada, caracterizada pela integração econômica mundial. Essa expansão do capitalismo em escala planetária se deu pelo intenso crescimento do comércio internacional, intensificando as relações econômicas entre os países do mundo, produzindo grandes mudanças na organização do sistema produtivo em escala mundial.
A origem dessas mudanças reside basicamente na dispersão da atividade industrial pelo mundo (expansão das grandes corporações multinacionais) que passaram a desenvolver suas atividades em países espalhados pelo mundo. Essas grandes empresas, que até então atuavam nos países ricos e industrializados do hemisfério norte, expandiram-se para países menos desenvolvidos, economias periféricas, mas que apresentam mercados economicamente promissores, caso de países como o Brasil, México, Argentina (América Latina), África do Sul (continente Africano), Índia, Coréia do Sul, Singapura, Taiwan e Malásia (continente asiático) com a finalidade de conquistar novos mercados. Além do domínio desses novos mercados como estratégia, eles visavam outras vantagens, baixos custo de mão de obra; disponibilidade de recursos naturais a baixo custos; existência de uma legislações trabalhistas e ambientais menos rígidas; a presença de mercados consumidores em expansão; a liberdade para remeter lucros às matrizes no país de origem; e até mesmo redução ou isenção de impostos etc.
Convém destacar que a partir de 1970 o processo de expansão das empresas multinacionais nos países periféricos, foi marcado pela diversificação dos investimentos, que até então se restringiam ao setor industrial, passaram a direcionar a outros setores da economia, como o de serviços( bancos, corretoras, financeiras, seguradoras e de comércio atacadista e varejista (hipermercados, lojas) e infraestrutura (geração de energia, construção) e ao setor agropecuário. Provocando assim uma nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT).
Assim, mesmo que as empresas multinacionais tenham contribuído para o crescimento econômico e industrial dos países onde passaram a desenvolver suas atividades, a dependência econômica e tecnológica desses países vem se acentuando cada vez mais em relação às nações mais ricas e industrializadas. O poderio econômico das grandes multinacionais na economia globalizada é espantoso.

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A fragmentação do processo produtivo
A expansão das multinacionais pelo mundo trouxe  mudanças significativas do sistema produtivo em escala mundial. Além de expandir suas atividades no mundo, elas se aproveitaram dos avanços  tecnológicos para também dividir, ou fragmentar as diferentes etapas de fabricação e montagem de seus produtos entre as subsidiárias espalhadas pelo mundo. Também passaram a  terceirizar, parcelas inteiras do processo de produção para empresas instaladas em diferentes países.
Foi com a estratégia de diminuir os custos operacionais de produção e ampliar a sua lucratividade em uma economia globalizada e competitiva, que essas empresas direcionaram parcelas específicas de suas atividades produtivas para lugares do mundo em que as condições fossem mais vantajosas, como por exemplo, mão de obra barata.
Hoje, aviões, automóveis, computadores entre outros, podem ter parte de seus inúmeros componentes fabricados em países diferentes.
Mas essa fragmentação pode ocorrer também nos demais setores, como o de serviço. No caso do telemarketing, por exemplo, grandes empresas sediadas nos Estados Unidos, Canadá e outros países desenvolvidos, utilizam as centrais de atendimento ao cliente, conhecida como call centers, instaladas na Índia, formando o maior polo de call center do mundo.
Ao expandir suas atividades pelo mundo, essas grandes empresas, em busca de novos mercados, acabou acirrando a concorrência ente si. Para enfrentar a concorrência, e se tornar mais competitivas no mercado, as grandes corporações adotaram uma série de estratégias tais como: aplicação intensiva de tecnologias no processo produtivo ( informatização, automação e robotização) como forma de ampliar a produtividade e diminuir custos; otimização dos processos de produção, eliminação do desperdício e a redução de estoques e investimentos agressivos em propaganda e marketing  como forma de projetar e valorizar a marca nos mercados mundiais.
Além disso, essas grandes corporações também enfrentaram a concorrência se valendo da formação de monopólios e oligopólios.
O Monopólio ocorre quando uma empresa domina a oferta (o mercado) de determinado produto e serviço.
O Oligopólio, considerado uma forma mais avançada de monopólio, ocorre quando um grupo de empresas domina o mercado de determinado produto e serviço.

        ®        ATIVIDADES
Sistematizando o conhecimento
1. Que condições favoreceram o avanço da globalização?
2. Qual é a relação entre os avanços tecnológicos e o encurtamento das distâncias?
3. Quais estratégias adotadas pelas multinacionais para enfrentar a concorrência?
4. Pesquise e diferencie
Cartel – Truste – Holding
5. Sobre fluxos de capitais, responda:
a) o que são fluxos  de capitais produtivos?
b) o que são fluxos de capitais especulativos?
Fim
"Texto adaptado do livro Novo Olhar Geografia (autores Rogério Martinez e Wanessa Garcia)
pela Professora Araceli". 


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