CAPITALISMO
E GLOBALIZAÇÃO
Na virada do século XX e
XXI, por meio da televisão e da internet, temos acesso a noticias e informações
transmitidas em tempo real. Podemos saber mais rapidamente sobre o que se passa
com nossos contemporâneos em varias partes do mundo do que em qualquer outra
época histórica e podemos enfim nos deslocar
de um pais a outro com maior facilidade. Enfim, as empresas, os
indivíduos, os movimentos sociais e os governos nacionais e locais, estão
atualmente conectados a uma extensa rede de informações, trazendo grandes
impactos econômicos , culturais e políticos profundos a toda sociedade.
Plano econômico
Os produtos que consumimos
são cada vez mais produzidos em outros países, sendo que alguns produtos
brasileiros também são encontrados em várias partes do mundo.
Há empresas que produzem
bens de consumo, maquinas e componentes em outros países que não o seu de
origem. A empresa NOKIA (finlandesa) produz telefones celulares em várias
partes do mundo, da mesma forma a INTEL (norte-americana) produz chips de
computador e possui uma de suas principais empresas na Costa Rica. Já a NIKE
fabrica boa parte de seus tênis e
material esportivos na Indonésia, a cidade de Bangcoc capital da
Tailândia, transforma-se num espaço de produção de automóveis japoneses,
alojando fábricas da Toyota, Honda, Mitsubishi e Isuzu.
Com isso, podemos dizer
que, essa é uma característica assumida pela Globalização. Jornais, revistas,
livros, rádios e televisão, são todos os meios de comunicação, incluindo a
internet , propagam permanentemente a ideia de
que vivemos em um mundo globalizado.
Lembrando de que o termo
“globalização”( tradução em inglês Globalization) disseminou-se ao longo da
década de 1980, nos meios acadêmicos e empresariais. Mas, como tema de análise
e reflexão entre economistas, sociólogos, historiadores, geógrafos e outros
estudantes de várias áreas do conhecimento, o fenômeno da globalização é um
conceito complexo e ambíguo, objeto até mesmo de divergências entre
especialistas.
De qualquer forma, há um
consenso de que o processo de globalização, constituiu a expansão e a hegemonia
do capitalismo em escala planetária, e só começa a tomar vulto a partir do
século XX, quando a expansão do capitalismo, ingressou em uma nova fase marcada
por progressos técnicos e científicos, uma verdadeira revolução tecnológica,
conhecida como Terceira Revolução Tecnologia, impulsionada pelos países ricos e
desenvolvidos (EUA, Canadá, Alemanha, Inglaterra, França e Japão), atingiu as
mais variadas áreas do conhecimento, especialmente, as chamadas tecnologias da
informação.
Aliada à expansão dos
fluxos comerciais com o desenvolvimento dos meios de transportes cada vez mais
eficientes, essa situação criou condições para o avanço da globalização. Esse
processo pode ser caracterizado, portanto, pela integração de mercadorias,
informações e pessoas entre as diferentes regiões do planeta.
Essa globalização que se
estende em múltiplas dimensões, como o socioeconômica, a politica, e a
cultural, já havia sido anunciada, na década de 1960, pelo canadense Marshall
Mcluhan (1911-1980), um dos mais respeitados estudiosos dos meios de
comunicação de massa, e defensor da
ideia de que, sob a “era da informação”, o mundo se tornaria uma ‘’ALDEIA
GLOBAL’’.
Embora muito difundida,
essa expressão, “aldeia global” passou a ser criticada por outros teóricos da
globalização, para os quais o mundo estaria longe de se tornar uma “aldeia
global” de fato.
O termo “global”, por sua
vez, não leva em consideração que uma imensa parcela da população mundial,
principalmente regiões mais pobres do globo, encontra-se excluídas dos
benefícios tecnológicos trazidos pela globalização.
O tempo se “ acelera” , as distâncias se “contraem”.
Há mais de quatro décadas
o escritor estadunidense Alvin Toffler, destacou que o tempo parecia passar
cada vez mais depressa, escrevendo em seu livro O Choque do futuro (publicado em 1970), segundo ele na correria do
dia a dia, as pessoas de fato ficam com a impressão de que o tempo parece
“voar”. Essa impressão se deve ao fato de que a nossa vida é afetada por
mudanças cada vez mais rápidas. Mas o
que tem provocado essa mudança? A resposta é simples: a tecnologia, segundo
Toffler é o grande motor das mudanças.
Os avanços tecnológicos
provocaram uma verdadeira revolução nos meios de transporte (rápidos e
eficientes) e de comunicações, encurtando os deslocamentos entre um lugar e
outro no espaço terrestre, levando todos os dias um volume colossal de
informações, como mensagens, fluxos de capitais e etc, que circula ao redor do mundo.
Na concepção do geógrafo
inglês David Harvey, esses avanços tecnológicos que revolucionaram o transporte
e as comunicações provocaram uma verdadeira compressão-tempo, um “encolhimento”
do mundo.
A
GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA
A expansão e a hegemonia do capitalismo
em escala planetária, apoiados nos avanços dos meios de transporte e de
comunicações gerados com a Revolução Técnico-Científica, criaram as condições
indispensáveis para a consolidação de uma economia (capitalista) globalizada,
caracterizada pela integração econômica mundial. Essa expansão do capitalismo
em escala planetária se deu pelo intenso crescimento do comércio
internacional, intensificando as relações econômicas entre os países do mundo,
produzindo grandes mudanças na organização do sistema produtivo em escala
mundial.
A origem dessas mudanças
reside basicamente na dispersão da atividade industrial pelo mundo (expansão
das grandes corporações multinacionais) que passaram a desenvolver suas
atividades em países espalhados pelo mundo. Essas grandes empresas, que até
então atuavam nos países ricos e industrializados do hemisfério norte,
expandiram-se para países menos desenvolvidos, economias periféricas, mas que
apresentam mercados economicamente promissores, caso de países como o Brasil,
México, Argentina (América Latina), África do Sul (continente Africano), Índia,
Coréia do Sul, Singapura, Taiwan e Malásia (continente asiático) com a
finalidade de conquistar novos mercados. Além do domínio desses novos mercados como
estratégia, eles visavam outras vantagens, baixos custo de mão de obra;
disponibilidade de recursos naturais a baixo custos; existência de uma
legislações trabalhistas e ambientais menos rígidas; a presença de mercados
consumidores em expansão; a liberdade para remeter lucros às matrizes no país
de origem; e até mesmo redução ou isenção de impostos etc.
Convém destacar que a
partir de 1970 o processo de expansão das empresas multinacionais nos países
periféricos, foi marcado pela diversificação dos investimentos, que até então
se restringiam ao setor industrial, passaram a direcionar a outros setores da
economia, como o de serviços( bancos, corretoras, financeiras, seguradoras e de
comércio atacadista e varejista (hipermercados, lojas) e infraestrutura
(geração de energia, construção) e ao setor agropecuário. Provocando assim uma
nova Divisão Internacional do Trabalho (DIT).
Assim, mesmo que as
empresas multinacionais tenham contribuído para o crescimento econômico e
industrial dos países onde passaram a desenvolver suas atividades, a
dependência econômica e tecnológica desses países vem se acentuando cada vez
mais em relação às nações mais ricas e industrializadas. O poderio econômico
das grandes multinacionais na economia globalizada é espantoso.
A fragmentação do processo produtivo
A expansão das multinacionais pelo mundo trouxe mudanças significativas do sistema produtivo
em escala mundial. Além de expandir suas atividades no mundo, elas se
aproveitaram dos avanços tecnológicos
para também dividir, ou fragmentar as diferentes etapas de fabricação e
montagem de seus produtos entre as subsidiárias espalhadas pelo mundo. Também
passaram a terceirizar, parcelas
inteiras do processo de produção para empresas instaladas em diferentes países.
Foi com a estratégia de diminuir os custos operacionais de produção
e ampliar a sua lucratividade em uma economia globalizada e competitiva, que
essas empresas direcionaram parcelas específicas de suas atividades produtivas
para lugares do mundo em que as condições fossem mais vantajosas, como por
exemplo, mão de obra barata.
Hoje, aviões, automóveis, computadores entre outros, podem ter parte de
seus inúmeros componentes fabricados em países diferentes.
Mas essa fragmentação pode ocorrer também nos demais setores, como o de
serviço. No caso do telemarketing, por exemplo, grandes empresas sediadas nos
Estados Unidos, Canadá e outros países desenvolvidos, utilizam as centrais de
atendimento ao cliente, conhecida como call centers, instaladas na Índia,
formando o maior polo de call center do mundo.
Ao expandir suas atividades pelo mundo, essas grandes empresas, em busca
de novos mercados, acabou acirrando a concorrência ente si. Para enfrentar a
concorrência, e se tornar mais competitivas no mercado, as grandes corporações
adotaram uma série de estratégias tais como: aplicação intensiva de
tecnologias no processo produtivo ( informatização, automação e robotização)
como forma de ampliar a produtividade e diminuir custos; otimização dos
processos de produção, eliminação do desperdício e a redução de estoques e
investimentos agressivos em propaganda e marketing como forma de projetar e valorizar a marca
nos mercados mundiais.
Além disso, essas grandes corporações também enfrentaram a concorrência se
valendo da formação de monopólios e oligopólios.
O Monopólio ocorre quando uma
empresa domina a oferta (o mercado) de determinado produto e serviço.
O Oligopólio, considerado uma forma
mais avançada de monopólio, ocorre quando um grupo de empresas domina o mercado
de determinado produto e serviço.
®
ATIVIDADES
Sistematizando
o conhecimento
1. Que condições favoreceram o avanço da globalização?
2. Qual é a relação entre os avanços tecnológicos e o encurtamento das
distâncias?
3. Quais estratégias adotadas pelas multinacionais para enfrentar a
concorrência?
4. Pesquise e diferencie
Cartel – Truste – Holding
5. Sobre fluxos de capitais, responda:
a) o que são fluxos de capitais
produtivos?
b) o que são fluxos de capitais especulativos?
Fim
"Texto adaptado do livro Novo Olhar Geografia (autores Rogério Martinez e Wanessa Garcia)
pela Professora Araceli".